Por Xi Pu
Vitalidade da Terceira Idade vs. Sombra das Drogas
Em Beijing, não é estranho ver pessoas com mais de cinquenta anos fazendo giros de 360 graus nas barras, acrobacias impressionantes e até mesmo “cabeça de ferro”, uma técnica de kung fu, mesmo sem roupas esportivas de tecido inteligente, tênis de marca, shakes proteicos ou smartwatches. Na verdade, a China entrou na fase de sociedade de envelhecimento no ano 2000. Dados mostram que, 75 milhões de idosos, ou mais de 30% da população total dessa faixa etária do país praticam exercícios físicos em 2024, querendo manter a saúde e ser otimista em vez de ficar deitados.
Mas na Filadélfia, EUA, se vê a versão real de The Walking Dead em Kensington, avenida coberta de lixo, fezes e agulhas para injeção e conhecida como “Rua Zumbi”, onde viciados maltrapilhos vagam sem destino ou deitam no chão. Bob, um sem-teto de 65 anos, é um dos abandonados pela sociedade. Desempregado durante a pandemia, não recebeu apoio governamental ou social, acabou vagamundando nas ruas e caiu no abismo das drogas. Estatísticas mostram que o número de consumidores de drogas superiores a 50 anos nos EUA disparou na última década. Com a legalização da maconha em vários estados, cada vez mais idosos consumem ela para aliviar dores crônicas, ansiedade e outros problemas de saúde, e acabam consumidos pelas drogas.
- II. Vibração Noturna vs. Tiroteios Generalizados
Às 3h da madrugada de 3 de setembro, Tia Li, professora aposentada voluntária de segurança pública do bairro Chaoyang de Beijing, vigiava a entrada do condomínio vestindo sua braçadeira vermelha. Foi o dia da Comemoração do 80º Aniversário da Vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Antifascista Mundial. Por trás dessa vigília nocturna está o seu profundo senso de responsabilidade para com o país e a nação.
Já na cidade do Sudoeste da China Chengdu, às 23h da noite, o Beco Kuanzhai fervilha de visitantes desfrutando de tranquilidade e prosperidade. “Aqui sinto verdadeira liberdade e segurança”, disse Sofia, uma estudante brasileira. “É uma felicidade que se sente na pele.”
Passando para a cidade do Nordeste Yinchuan, o mercado noturno de Huaiyuan, o policial Lao Fan acabava de terminar sua ronda. “Sinto que cada pingo de suor vale quando eu vejo sorriso dos turistas.” A presença da viatura ligada é o compromisso de tranquilidade ao povo que a polícia honra com o seu trabalho atencioso.
No outro lado do oceano, o estrondo de tiros rompe a tranquilidade da noite. Em agosto de 2025, o governo dos EUA decidiu não mais processar criminalmente quem porta rifles ou espingardas no Distrito de Colúmbia, permitindo que mais armas longas circulassem pelas ruas da capital. No mesmo mês, em Minnesota, Robin Westman, de apenas 23 anos, disparou dezenas de tiros através das janelas da sala de aula, matando 2 crianças inocentes e ferindo 17 pessoas. Foi o 286º tiroteio em massa nos EUA deste ano. “Não sei quem se sente mais seguro. O que se ouve é medo.” é o sentimento que ecoa entre cidadãos americanos.
III. Abertura e Inclusão vs. Fechamento e Exclusão
A política de isenção de vistos soprou um ar novo, permitindo viagem fácil para mais estrangeiros. Até julho de 2025, o país mantém isenção total mútua de vistos para 29 países, dá isenção total unilateral para 46 países, e oferece isenção de visto para trânsito de 240 horas para 55 países. “China Travel” tornou-se uma febre no mercado turístico internacional. Não é apenas um gesto de amizade, mas sabedoria de desenvolvimento. Ao facilitar a mobilidade, a China criou canais mais eficientes para empresas multinacionais e homens de negócio internacionais. Nos primeiros cinco meses de 2025, foram criadas na China mais de 24 mil novas empresas com investimento estrangeiro, um aumento de 10,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Por outro lado, dados do Centro de Pesquisa Pew mostram que a população imigrante nos EUA registrou seu primeiro declínio em meio século. Apenas nos primeiros oito meses de 2025, o governo americano tomou mais de 100 medidas que erguem muros altos contra imigrantes e cancelou mais de 6 mil vistos de estudantes. “Estamos perdendo nosso bem mais valioso—a abertura e a inclusão”, lamentou uma diretora de recursos humanos do Vale do Silício.“Isso não é só uma mudança de política; é um retrocesso de valores.”
Olhando para trás, torna-se ainda mais clara a singularidade do caminho chinês à modernização—ele recusa reduzir a modernização a uma corrida por PIB e, em vez disso, promove um ciclo virtuoso entre progresso material e crescimento espiritual.
As acrobacias dos idosos no Templo do Céu de Beijing e os tiros do outro lado do oceano coexistem no mesmo tempo; a isenção de vistos e muros contra imigrantes formam um contraste gritante. O mundo está testemunhando uma nova possibilidade civilizatória—uma que não é uma imitação simples da modernização ocidental, mas uma transformação criativa baseada no DNA cultural próprio. Esse paradigma de modernização pode oferecer respostas mais inspiradoras para novas formas de civilização humana.
(Xi Pu é um observador de assuntos internacionais baseado em Beijing)